quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Lume - Atividade Mediativa

"A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, ou o que toca. (...) Nunca se passaram tantas coisas, mas a experiência é cada vez mais rara." (Jorge Larrosa)

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Com o propósito de criar uma ação educativa participativa que proporcione aos grupos uma experiência expositiva e não apenas uma passagem, elaboramos dinâmicas em que os grupos possam se comunicar entre si e se envolver com os trabalhos expostos.
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Ao pensarmos na ação educativa de Lume nos deparamos com certas perguntas: como as memórias são capturadas? como podemos relacionar os trabalhos expostos com a captura de idéias, vivências, memórias do espaço?
Lembramos de vários elementos, que mesmo imateriais, nos trazem lembranças e sensações. Escolhemos o olfato como exemplo desta captura.
Perguntamos às pessoas que cheiros lembravam lugares. A partir das respostas montamos nossa dinâmica recolhendo os materiais e os colocando-os em sachês/caixas onde permaneciam ocultos.
Tais objetos entram na ação mediativa como convites à percepção. Os grupos participantes serão divididos em núcleos menores e convidados a cheirar os materiais. A partir das memórias desencadeadas a dinâmica inicia, fazendo-se possível o diálogo com experiências pessoais e a noção de captura que o trabalho de Clara pode nos trazer.
No final da ação os grupos construirão uma grande rede de memórias fixando-as através de palavras em fitas coloridas. Cada grupo que chega entra em contato com as memórias dos grupos anteriores e assim constroem uma proposta coletiva.
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Com o cuidado de não interferir na obra exposta a rede de memórias é transportável e permanecerá sob visualização somente durante a visita de grupos, sendo posteriormente retirada e guardada.

Caixas com cheiros

Rede, fitas e memórias

Rede em processo

3 Comentários:

clarafernandes disse...

Uma atividade pedagógica que a mostra tambem incita é uma oficina breve de desenho.
Observando a faixa etária dos participantes é possivel a partir do plano, com as salas internas da mostra, onde com lápis e papel pode-se explorar com traçados as visualidades bidimensionais e tridimensionais que as obras delineiam no espaço.
O espaço interno permite uma observação em intensidades crescentes de linha e trama.
No espaço externo pode-se desenhar sobre uma folha branca ou sobre o croqui do espaço fotografado sem as teias, que é o módulo inicial do projeto da artista .
A partir deste "fundo" pode-se desenhar a teia existente, em vários momentos de luminosidade e até outras teias que sejam "imaginadas " no espaço.

Projeto Arte e Público disse...

Essa oficina breve poderá ser trabalhada com turmas que já venham desenvolvendo práticas de desenho em sala-de-aula, já que o desenho em sim é um assunto delicado e que julgamos necessitar de um plano pedagógico bastante refletido.
Caso haja professores interessados em enfocar esta prática, poderemos sim aplica-la
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As dinâmicas até então desenvolvidas caminham mais para o estímulo de percepções possíveis e para uma reflexão mais aprofundada do trabalho.
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Agradecemos mais uma vez a intervenção.

clarafernandes disse...

eu que agradeço o excelente trabalho de mediação que a equipe vem desenvolvendo entre este publico tão jovem e os diversos sentidos da mostra.

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